“Design de interiores é sentimento”
As percepções emocionais vêm
desde muito cedo. Seja pelo choro, pelo sorriso ou por gestos simples que
permitem nos diferenciar de cada pessoa de acordo com a sua bagagem emocional e
sua história de vida. Mudar um objeto de lugar, mexer aqui e acolá já era
característica de Gustavo desde a infância, já dizia sua mãe, no sertão da
Paraíba na cidade de São José do Sabugi. Município de tons terrosos
predominantes e uma vegetação exclusiva da caatinga, ele permitiu aguçar o seu
processo criativo a partir da cultura sertaneja, dos traços, composições, cores
e memórias do lugar onde nasceu.
Gustavo de Castro Barreto Neto,
que carrega o nome do avô como identidade e lembrança, partiu aos 17 anos para
cursar arquitetura na cidade de Campina Grande. O despertar veio após ter
cursado 7 períodos e partir para Design de Interiores, que era o seu objetivo:
“O design vem com um apelo mais poético. Você pode proporcionar diversas
sensações e sentimentos. Gosto de ambientes não óbvios e produção de cenários,
design de interiores é sentimento. ” Nos conta Gustavo. Após travar várias
lutas contra a sua timidez, ele está no 4º período de Design de Interiores a um
passo de alcançar o diploma. Hoje com o título de Presidente de Turma ele tem o
portfólio recheado de projetos, o que lhe rendeu um estágio em um escritório de
arquitetura.
No período sabático após a
desistência de arquitetura, ele passou a produzir projetos hipotéticos afim de
externar o que estava sentindo e projetar um ambiente para cada personalidade e
sentimento. “Eu bebo muitas referências e acabo me debruçando demais e querendo
unir um pouco de cada obra.” Léo Romano, Maurício Arruda, Sergio Matos e Jader
Almeida são grandes nomes inspiradores.
Em um dos trabalhos apresentados
no projeto integrador, seguindo a metodologia PBL (Aprendizagem Baseada em Problemas – Problem Based Learning) aplicada pela instituição,
ele uniu disciplinas como Projeto de Design de Interiores Comerciais, Gestão de
Negócios, Light Design, entre outras, com o convite para pensar fora da
caixinha e projetar um escritório, sem limites para ousar e abusar da
criatividade. O “Coworking dos Criadores” surgiu com o propósito de unir e
incentivar jovens artistas com inquietações independentes (Designers,
fotógrafos, arquitetos etc). “Design, arte e Diversidade” é o retrato de um
projeto de cores fortes, modernas e harmônicas, com composições simples e bem
colocadas, refletindo um cenário com uma “iluminação feérica e dramática”.
“Sentir, entender e projetar, tem que
ser por amor.”
Design vai da roupa que vestimos ao smartphone que usamos. Vai muito além de projetos criativos que proporcionam conforto,
funcionalidade e estética. Entender um espaço e projetá-lo para criar
experiências levando em consideração aspectos psicológicos é de suma
importância para que o trabalho corresponda às expectativas. Hoje, aos 24 anos,
Gustavo defende com propriedade aquilo que acredita, e a partir daí busca uma
identidade visual concreta. Ele faz parte da turma pioneira de Design de
Interiores, que deixará um legado para os colegas: A decoração do laboratório
ficará por conta deles.
Desde muito cedo, o apreço pela
arte, poesia e sensibilidade o possibilitou a facilidade de criação. Aos 11
anos ganhou o seu primeiro computador, baixando o famoso jogo de simulação da
vida real, The Sims, e dando atenção apenas para a criação de casas e decoração
dos seus respectivos interiores, quando o real objetivo do jogo era a interação
social. Vindo de uma cidade humilde no sertão paraibano, prevalece as suas
raízes e enfatiza o seu amor pela terra e, doa a quem doer, sempre carregará as
referências do berço.
Tornar o design de interiores
acessível ainda é um desafio, assim como a luta pelo reconhecimento e
valorização da profissão, sendo pauta constante em todo cenário. “Com o tempo e
com a vivência, eu precisava externar o que eu sentia. As pessoas não precisam
concordar comigo, mas precisam me respeitar. ” Fala Gustavo.
“Dar vida aos ambientes, transformar
casa em lares.”
Princípios humanos refletem no
potencial do profissional. Estimular o processo criativo através da
sensibilidade é a chave do negócio. A sua chegada na Faculdade Rebouças lhe
trouxe grandes experiências humanas, companheiras e relações que em outras
palavras também pode ser chamada de lar. Ter pessoas que aplaudem suas
conquistas e abraçam seus sonhos, faz parte do que ele se orgulha e destaca com
carinho.
“Eu passei de um aluno avulso, só
com pensamentos à um presidente de sala. Me senti encorajado! A abordagem
humanizada da instituição atrelada ao direcionamento para o curso que eu
desejava foi essencial. ” A Rebouças também teve um papel importante no auxílio
da ansiedade e a timidez, com o apoio da Psicóloga e Diretora, Monick Farias e
também de todas as relações afetivas criada durante este período.
O fruto dos seus trabalhos
durante a graduação, foi a conquista do seu primeiro estágio na área em um
escritório de arquitetura. Lá, será possível a união entre arquitetura e design
de interiores, havendo assim a junção dos processos criativos dos profissionais
envolvidos, trabalhando entre si, a multidisciplinaridade.
"O estágio permite ao aluno
aliar o conhecimento com a prática, aproximando-o com as situações reais que
serão encontradas diariamente. O crescimento de Gustavo será exponencial,
sabemos do compromisso que o mesmo tem com o que se dedica e temos a certeza do
seu protagonismo diante dessa oportunidade". Thiego Brandão, coordenador e
professor do curso de Design de Interiores.
Ressignificar e dar novas
perspectivas ao que sentimos, pensamos e fazemos faz parte de todo processo de
amadurecimento. Ser excelente no que era bom, é um passo para o sucesso e para
se tornar um profissional renomado fazendo o que ama com maestria. Gustavo
também conta que está se desenvolvendo eticamente, abraçando um todo e vivendo
a diversidade. Dar vida aos ambientes e transformar casas em lares é o seu
lema.
Abaixo você confere os projetos produzidos por Gustavo.
"Design, arte e diversidade"