Dona
Maria do Socorro Lucena, mulher guerreira, forte e determinada. Vinda da
capital brasileira, Brasília, se mudou para o interior da Paraíba na cidade de
Campina Grande para ganhar a vida. Sempre dedicada aos animais, ela foi
cuidando de cada um que abandonavam na sua porta procurando um afeto. E a
família cresceu: Hoje já somam mais de quinze cães e ainda dedica amor e tempo
aos que passam na rua em busca de comida.
Sozinha, tira o seu sustento do espetinho que
põe na pista e divide o que ganha para alimentar, tratar e ver a felicidade no
olhar de cada animal. Dona Maria conta com o apoio de alguns amigos e já
conseguiu a castração de todos os cachorros que cria, objetivo este que diminui
a quantidade de abandonos.
No
mês de dezembro, as campanhas de conscientização aumentam. O “dezembro verde”,
não sendo escolhido de forma aleatória, é o mês de maior índice de abandono
devido às férias e a comunidade precisa ser alertada para esse sério problema,
além de ser crime de maus-tratos. A população de cães e gatos tem aumentado
descontroladamente, além de diminuir os casos de abandono, a castração diminui
o risco de problemas de saúde, tumores de útero, ovários e mamas nas fêmeas (as
vacinas anticoncepcionais causam estes problemas) e de próstata nos machos além
de deixar o animal mais tranquilo e menos agressivo e vários.
A
Associação Mundial de Veterinária (WVA) estima que existam mais de 200 milhões
de cães abandonados no mundo, classificando como um problema de dimensão
mundial. Em alguns estados brasileiros, a exemplo da grade metrópole São Paulo,
24 mil animais são abandonados por ano e apenas 1500 são adotados. Em média, 60
animais são sacrificados por dia. Isso mesmo. Por dia.
O
grande desafio de Dona Maria do Socorro é plantar em cada amigo e cliente
mensagens de conscientização. Entre conversas e brincadeiras ela conta: “olha,
quando quiser me dar um presente, tu me doa um quilo de ração, um quilo de
arroz…e muitos me dão”. A sua luta como protetora de animais é como nascer
todo dia, nascer na fé, na alegria e na esperança do outro dia ser melhor.
A
cada dia um desafio diferente surge para estas pessoas que dedicam suas vidas
para cuidar de outras. Vivendo
“sozinha”, quando questionada sobre o final de ano e as festas costumeiras, ela
relata que o seu aniversário é no dia trinta e um de dezembro e que as doações
são presentes para ela, mas que não tinha a certeza se teria companhia além dos
cães. Mas é com um sorriso de satisfação e alegria que segue se doando para dar
amor, carinho, afeto, cuidado e dedicação aos filhos de quatro patas.